quarta-feira, 16 de setembro de 2009
ARUMÃ E BURITI
O buriti e o arumã são as fibras mais utilizadas entre os índios brasileiros. O trançado, grafismo e formatos são característicos de cada etnia.
Da esquerda para a direita:
- cesto cargueiro de arumã dos Waimiri Atroari.
- abanador e cesto de arumã dos Apalai.
- cesto Kunho e cesto cargueiro de buriti dos Mehinako.
Trançado:Nos trabalhos de cestaria dos índios há uma definição bastante clara no estilo do trabalho, de forma que um estudioso da área pode através de um trabalho em trançado facilmente identificar a região ou até mesmo que tribo o produziu. As cestarias são utilizada para o transporte de víveres, armazenamento, como recipientes, utensílios, cestas, assim como objetos como esteiras.
Arte em pedra índigena.
Arte em pedras :A confecção de instrumentos de pedra (ex.: machadinhas) fora de extrema importância no passado indígena, mas nos dias atuais os índios não mais costumam produzir artefatos em pedra devido à inserção de instrumentos de ferro, que se mostraram mais eficientes e práticos, embora algumas tribos ainda utilizam estes artefatos para ocasiões especiais.
A figura mostra os indios fazendo seus costumes, de pintar seus corpos.
Pintura corporal:A pintura corporal para os indios tem sentidos diversos, não somente na vaidade, ou na busca pela estética perfeita, mas pelos valores que são considerados e transmitidos através desta arte. Entre muitas tribos a pintura corporal é utilizada como uma forma de distinguir a divisão interna dentro de uma determinada sociedade indígena, como uma forma de indicar os grupos sociais nela existentes, embora exista tribos que utilizam a pintura corporal segundo suas preferencias. Os materiais utilizados normalmente são tintas como o urucu que produz o vermelho, o genipapo da qual se adquire uma coloração azul marinho quase preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo sobre uma camada de suco de pau-de-leite, e o calcáreo da qual se extrai a cor branca.
A imagem mostra um pouco sobre como o indio consegue sobreviver.
Economia: Para garantir a sobrevivência, os índios caçam, pescam, coletam e plantam, usando instrumentos e processos ainda bastante rudimentares. A caça pode ser individual ou coletiva. Além do arco e da flecha, usam também a zarabatana, tubo comprido para soprar dardos envenenados com curare. As presas mais comuns são veados, porcos-do-mato, antas, macacos, tamanduás, preguiças, pacas, capivaras, tatus e diversas aves. Na pesca usam vegetais (que intoxicam ou atordoam o peixe) e armadilhas, como o pari dos guajajaras —um cesto fundo com uma abertura por onde o peixe entra atrás da isca e não consegue sair. Além da abundância de peixes, os rios lhes fornecem também répteis e quelônios (tartarugas). A maioria das tribos pratica a chamada agricultura de coivara: abrem uma clareira na floresta, deixam os troncos secarem ao sol e ateiam-lhes fogo. Após as primeiras chuvas, plantam as mudas e sementes de maneira desordenada, misturando os vegetais. Entre as plantas alimentícias, cultivam principalmente mandioca, milho, batata-doce, cará, abóbora, vários tipos de vagens, amendoim, pimenta e frutas, como caju, abacaxi e maracujá. Cultivam também plantas medicinais, estimulantes e industriais. Como não usam fertilizantes, após três a cinco anos de cultivo abandonam o terreno, que só pode voltar a ser plantado alguns anos depois. Por isso, de vez em quando a tribo muda para outro local. Para o transporte utilizam canoas escavadas em troncos de árvores leves, como o jatobá. A divisão de trabalho se faz por sexo e por idade. De modo geral, a mulher cuida da casa, das crianças, da coleta de frutos e cocos e das plantações. Os homens caçam, pescam e constroem casas; fazem canoas, armas e certos objetos artesanais; derrubam a mata para o plantio (nessa atividade é comum a prática do mutirão) e encarregam-se da defesa da aldeia (em outros tempos, sua principal atividade era a guerra). O comércio entre as tribos se limita a algumas trocas (escambo). Normalmente as aldeias são auto-suficientes, mas sempre existem alguns artigos que certos grupos fazem melhor que outros. No alto Xingu, os uaurás se destacam pela cerâmica; os camaiurás pela qualidade dos arcos; os cuicuros, pela beleza dos colares de caramujo.
A arte dos Indios brasileiros.
Cultura: A base da organização da sociedade indígena são os laços de parentesco. Os índios se dividem em grupos de várias famílias elementares (pai, mãe e filhos), aparentadas entre si, que habitam a aldeia (taba), cuja forma varia. Muitas vezes consiste em uma única casa comunal (oca), de planta circular ou oval, com estrutura de madeira coberta de palha trançada ou folha de palmeira. As maiores medem até 40m de diâmetro e podem abrigar 250 pessoas. Nessa casa moram parentes de linhagem patrilinear, chegando às vezes até a quarta geração. Nas tribos jês, em geral a aldeia se compõe de várias casas, dispostas em círculo em torno de um pátio central. Os indígenas se organizam em clãs de linhagem matrilinear, que se reúnem em duas metades e se localizam em posição oposta na aldeia, uma no nascente e outra no poente. A aldeia é uma unidade independente. Cada uma tem seu chefe (tuxaua, morubixaba, cacique), em alguns casos assistido por um conselho de homens experientes. A chefia pode ser hereditária ou não, e se for aliada ao poder religioso dá a seu ocupante maior liderança. O chefe espiritual (pajé), misto de sacerdote, profeta e médico-feiticeiro, devido a suas ligações com o sobrenatural, é consultado nas decisões importantes. Em algumas tribos os homens se agrupam em sociedades secretas, em outras segregam-se em casa especial — a casa dos homens — que serve de dormitório para os solteiros e onde todos passam a maior parte do tempo. Nessa casa são guardados os objetos rituais (flautas, máscaras etc.) e nela as mulheres e as crianças não podem entrar. São comuns os ritos de passagem, como as provas de coragem que permitem ao rapaz assumir as responsabilidades dos adultos e gozar dos privilégios dessa condição. As meninas também são submetidas a certas práticas que marcam sua passagem para a condição de mulher, apta ao casamento. Costume curioso é a chamada couvade: o pai se recolhe à rede após o nascimento do filho — reconhecendo assim implicitamente a paternidade — para evitar malefícios ao recém-nascido.
Os ritos funerários variam. Os antigos tupis enterravam seus mortos em urnas de cerâmica. Algumas tribos jês enterram-nos primeiro em cova rasa, regada diariamente para apressar o descarnamento dos ossos. Em seguida, faz-se um segundo enterro desses ossos. Tais atos são acompanhados de cerimônias às vezes de caráter triste — os parentes se lamentam e se escarificam — , às vezes de cunho esportivo (caçadas, pescarias, corridas etc.). Tomam-se cuidados especiais destinados a evitar que o espírito do morto volte à aldeia para incomodar os vivos: com freqüência, a casa do defunto é queimada, e se o morto for o chefe, a própria aldeia é abandonada.
A antropofagia ritual teve grande importância, principalmente entre os tupis e os caribes. Seu objetivo era expressar o ódio ao inimigo e o desejo de vingança e, ao mesmo tempo, a vontade de adquirir as qualidades positivas (por exemplo, bravura) do guerreiro morto.